Conforme notícia publicada na revista Publituris, de 04.11.2022, “Portugal e Espanha vão desenvolver uma estratégia comum para o turismo nas zonas fronteiriças que visa a valorização e promoção dos destinos turísticos”. A “Estratégia conjunta para a Sustentabilidade do Turismo Transfronteiriço entre Portugal e Espanha 2022-2024 abrange diversas áreas, nomeadamente ‘planos de sustentabilidade turística’ para melhorar os destinos fronteiriços e aumentar a procura ao longo do ano, assim como o ‘desenvolvimento de produtos e experiências turísticas na fronteira’”.
A propósito desta Estratégia conjunta para a Sustentabilidade do Turismo Transfronteiriço 2022-2024, a ser implementada pelos Governos de Espanha e Portugal, as docentes Doutora Lídia Aguiar e Doutora Dulcineia Catarina Moura, da área do Turismo do ISCET, acreditam que tal estratégia deverá estar alicerçada na identidade territorial, na recuperação e na valorização da memória coletiva dos territórios raianos.
Acrescentam ainda que, diante dum cenário em que as exigências dos turistas e visitantes se viram alteradas por causa da pandemia COVID-19 e também da guerra na Ucrânia, a procura por territórios que possam garantir valores como a confiança e a segurança de quem nos visita deve ser o alento para a diferenciação destes destinos transfronteiriços, onde a paisagem é a inspiração e onde há tradições e histórias que não se devem apagar da memória. Assim, tal estratégia fará todo o sentido, desde que os investimentos a apoiar possam vir o robustecer o interland ibérico e assumam infraestruturantes do ponto de vista da sustentabilidade para estes territórios. Estes, na sua maioria, são de baixa densidade e revelam vulnerabilidades gritantes ao nível da desertificação, do envelhecimento populacional e da ausência de investimento público. Naturalmente entendem que o foco deve estar sempre nas pessoas e na experiência, garantindo respostas para uma fruição alicerçada na qualidade inigualável de valores patrimoniais estrategicamente organizados através da definição de programas e roteiros que liguem a História da fronteira à História da Península Ibérica, ou seja, correspondendo sempre através duma oferta qualificada.
Diante deste contexto de reconhecimento do valor patrimonial das memórias de fronteira, é certo que existe uma oportunidade de desenvolvimento transfronteiriço sustentada na possibilidade evidente de aproximar ainda mais as comunidades de ambos os lados da fronteira. Para tal, há que perspetivar esta fronteira e os territórios adjacentes como interessantes e potenciais atrações turísticas com capacidade para ‘prender’ o turista e o visitante pela sua experiência de reencontro com um passado de aventuras e desventuras que marcaram, até aos dias de hoje, a mentalidade e o modo de vida das comunidades raianas, com capacidade de mitigar, inclusivamente, eventuais barreiras físicas  e  psicológicas, incrementando, por sua vez, os fluxos turísticos.

Publicações com o apoio do ISCET

"Portugal e o Turismo", Luís Pestana Mourão, Luís Ferreira e Jorge Ricardo Pinto (coord.)

Paranhos uma Freguesia Periférica com Memórias e Instituições Marcantes | Lídia Aguiar e Tiago Aleixo | Junta de Freguesia de Paranhos, 2021

Turismo: Desafio e Perspetivas | Adalberto Dias de Carvalho, Fernando Tavares e Jorge Ricardo Pinto (coord.) | Edições Afrontamento, 2020

Turismo contemporâneo: problemáticas e tendências | Adalberto Dias de Carvalho | Edições Afrontamento, 2019

O que procuramos e o que nos é oferecido – em termos de realização do humano - quando hesitamos, escolhemos ou viajamos como turistas? Será a sedução da utopia enquanto expressão e sede de uma alternativa ou, pelo contrário, a sua negação enquanto alteridade radical? A este propósito, haverá aqui diferenças significativas entre o turista que busca o insólito longínquo e aquele que pretende tão-somente o descanso e o prazer numa estância da moda? Haverá diferenças também entre o turista que, aspirando ao convívio, quer fugir da solidão e aquele que, querendo escapar à proximidade quotidiana das pessoas, procura aquela? Ou será que, mesmo constatando-se divergências de critérios e projetos, há invariantes antropológicas? Haverá sempre uma sedução pelo que é diferente, tanto quando dele nos aproximamos para o tocar como quando dele fugimos com medo de por ele sermos tocados? Como se aplicam todas estas questões à relação do turista com o destino turístico?

 

O 285 da Rua de Cedofeita | Jorge Ricardo Pinto (coord.) | Edições Afrontamento, 2014

Turismo, Património e Inovação | Cristiana Oliveira, Jorge Ricardo Pinto e Luís Ferreira (org.) | Edições Afrontamento, 2012

O Porto Oriental no final do século XIX: um retrato urbano | Jorge Ricardo Pinto | Edições Afrontamento, 2007

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